terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Mais um dia em que me embalo e aconchego no quentinho das lembranças e das vontades por cumprir, que nascem do rasto mentiroso das primeiras. Não sei se te dê a mão e te pegue ou te deixe na roda do convento para que outras te amparem, ou então te esqueça para sempre no canto mais remoto do infantário, enroscado no teu umbigo a murmurares colo. Não sei se te puxe, se te empurre, se te amarre uma venda e te rodopie obrigando-te à cabra cega, ou se te dê o peito e te alimente como uma loba que se rói de prazer e saiamos por aí a fundar cidades, daquelas importantes, rodeadas de portos marítimos bons para o comércio e para as guerras. Dava-me um jeito danado, esquecer-me da superlatividade dos teus beijos. Acredita que deitaria muitas menos palavras fora".

"Sempre lhe faltara o sentido de orientação.Não se espantou portanto, por tão facilmente se ter perdido nos seus braços"

'Como é que eu podia saber que aquelas rosas eram carnívoras?'

''Ah, se já perdemos a noção da hora se juntos já jogamos tudo fora me conta agora como hei de partir. Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios rompi com o mundo, queimei meus navios me diz pra onde é que inda posso ir ?! Se nós, nas travessuras das noites eternas já confundimos tanto as nossas pernas diz com que pernas eu devo seguir?! Se entornaste a nossa sorte pelo chão se na bagunça do teu coração meu sangue errou de veia e se perdeu.. Como, se na desordem do armário embutido meu paletó enlaça o teu vestido e o meu sapato inda pisa no teu.. Como, se nos amamos feito dois pagãos teus seios inda estão nas minhas mãos me explica com que cara eu vou sair?! Não, acho que estás só fazendo de conta te dei meus olhos pra tomares conta agora conta como hei de partir''